O Brasil será o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A partir de janeiro do próximo ano, o Ministério da Saúde passa a disponibilizar a vacina contra o HPV para a população masculina de 12 a 13 anos na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos até 13 anos. Adolescentes de 12 e 13 anos, de ambos os sexos, vão receber ainda vacina contra meningite C para garantir a proteção e queda do número de casos.
A
expectativa é imunizar mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil
crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids, que também passarão a
receber as doses. Já para a ampliação da vacina contra meningite C foram
adquiridas 15 milhões de doses. O objetivo é reforçar a eficácia da vacina
meningocócica C, uma vez que, com o passar dos anos, pode haver diminuição da
proteção após a imunização, que acontece na infância. A vacinação será ampliada
para adolescentes (sexo feminino e masculino) de 9 a 13 anos, gradativamente,
entre 2017 e 2020. No próximo ano, serão incluídos adolescentes de 12 a 13 anos
e, a cada ano, será acrescida nova faixa etária em ordem decrescente.
A
meta é vacinar 80% do público-alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes.
Além de proporcionar proteção aos adolescentes, a ampliação alcançará o efeito
protetor da imunidade rebanho; ou seja, a proteção indireta das pessoas não
vacinadas em decorrência da diminuição da circulação do vírus. O esquema
vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a
situação vacinal.
“É
muito importante que os pais tenham a consciência de que a vacinação começa na
infância, mas deve continuada na adolescência. Pais e responsáveis devem ter,
com os adolescentes, a mesma preocupação que têm com as crianças. A proteção
vai ser muito maior se nós ampliarmos, cada vez mais, o calendário de vacinação
da nossa população”, afirmou a coordenadora do Programa Nacional de
Imunizações, do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
Atualmente,
essa vacina é ofertada no SUS para crianças, aos três, cinco e 12 meses. A
média anual de cobertura é de 95%, tendo alcançado em 2015 o índice de 98,2%. A
meningite, processo inflamatório das meninges - membranas que envolvem o
cérebro e a medula espinhal - é uma doença considerada endêmica no Brasil. Em
2015, foram registrados 15,6 mil casos de diferentes tipos em todo o país. A meningite C é o subtipo mais frequente da
doença, e representa cerca de 60% a 70% dos casos de meningite. A doença é
considerada grave e de rápida evolução. A vacina é a principal forma de
proteção.
COMO SERÁ A OFERTA DA HPV - O esquema vacinal para os meninos
contra HPV será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os
que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema
vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores
de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
Atualmente,
a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis
países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá).
Portanto, o Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América Latina. A
vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre
Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A
decisão de ampliar a vacinação para o sexo masculino está de acordo com as
recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia
e Ginecologia, além de DST/AIDS e do mais importante órgão consultivo de
imunização dos Estados Unidos (Advisory Committee on Imunization Practices). A
estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e
ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da
faixa-etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida
sexual e, portanto, antes do contato com o vírus.
A
vacina disponibilizada para os meninos será a quadrivalente, que já é oferecida
desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do
vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o
esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º
tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso,
mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.
MENINAS DE 14 ANOS –
Também a partir de 2017, serão incluídas na vacinação do HPV as meninas que
chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses. A
estimativa que 500 mil adolescentes estejam nessa situação. Atualmente, a faixa
etária para o público feminino é de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina
no Calendário Nacional de Vacinação, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões
de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal. Este quantitativo
corresponde a 46% do total de brasileiras nesta faixa etária.
Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.
Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18. Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.
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