“Tem
que mostrar serviço”.
A exigência, tão comum na
cobrança popular sobre a atuação dos representantes políticos escolhidos
democraticamente, talvez não se encaixe no fundamento das atividades dos
prefeitos, governadores, presidentes, parlamentares.
E ser político não é
profissão, não é classe trabalhadora e sua remuneração não se encaixa nos
moldes capitalistas de geração de renda.
Esta é uma visão de especialistas na
área, que apontam que tal modelo tende a assegurar a participação plural e o
caráter temporário da função.
O cientista político Josênio Parente observa que seria inadequada uma comparação dos políticos com a classe trabalhadora,
devendo a função dos políticos ser sempre representativa e não prestadora de
serviços.
A visão deturpada, inclusive, estaria
ocupando cada vez mais espaço na interpretação e na prática política, o que, para
ele, é hoje um debate primordial para a reforma política que toma forma no
Congresso Nacional.
O sociólogo
Valmir Lopes destaca que o político profissional foi sendo criado ao
longo da história. “Tanto que, no passado, o mandato não era remunerado. O salário foi
(implementado) somente no século XX”, aponta.
A atribuição financeira aos políticos,
afirma Lopes, trouxe junto a possibilidade de pessoas de menor poder aquisitivo
também se candidatarem. “Antes disso, somente membros da elite poderiam ser membros
do Parlamento”, explica.
Por isto vou sempre defender
que a política nunca deveria ser profissão como é para muitos em nossa cidade.
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