Pimentel e
o seu Guru Político José
“Mensalão” Dirceu
Pimentel
é processado por ter perdoado em 2004 quando era prefeito de Belo Horizonte
dívida de R$ 178 milhões do plano de saúde Unimed-BH
O
ministro Fernando Pimentel responde a uma ação na Justiça em que é acusado de
favorecer, quando prefeito de Belo Horizonte, a operadora de plano de saúde
Unimed-BH com o perdão de uma dívida de R$ 178 milhões. O acordo foi firmado no
fim de 2004, após a reeleição do petista. A ação de improbidade administrativa
proposta pelo Ministério Público de Minas estava parada por conta de recursos,
mas decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no mês passado, liberou o
caso para julgamento em Minas.
A
prefeitura de BH cobrava da Unimed R$ 222 milhões, referentes a lançamentos do
Imposto Sobre Serviços (ISS) não pagos. Em 2004, o Conselho de Recursos
Tributários do município, que analisava o processo, já havia decidido em última
instância pela cobrança do débito. Mesmo assim, o então prefeito encaminhou
projeto de lei à Câmara propondo o perdão da maior parte da dívida, aprovado no
apagar das luzes do seu primeiro governo.
À
época, o advogado da Unimed era Juvenil Alves, militante do PT que se
candidataria nas eleições seguintes a uma vaga na Câmara. Ele foi eleito, mas
cassado em 2009 por fraude eleitoral. O advogado também responde na Justiça por
envolvimento em esquema de blindagem patrimonial e lavagem de dinheiro,
descoberto na Operação Castelhana, da Polícia Federal, que o prendeu em 2006.
Graças
à lei enviada por Pimentel, o plano de saúde ficou isento do pagamento da
dívida, de juros e multas. E o município desistiu de ação de execução fiscal
para cobrá-la, sem contrapartidas. Com isso, o débito caiu em 80% (R$ 44
milhões), indo a R$ 178 milhões. Mesmo assim, segundo o MP, o valor não foi
pago no prazo acordado, e a prefeitura não tomou providências.
Na
ação, a Promotoria do Patrimônio Público pede que a transação autorizada pela
lei seja anulada, além da condenação do ex-prefeito por improbidade.
Desde 2006, o caso se arrasta
na Justiça por uma guerra de recursos.
Até
hoje, o mérito da ação não foi julgado. Na primeira instância, a Justiça de
Minas entendeu que o tipo de ação ajuizada não era o mais adequado para o caso
e o rejeitou. O MP apelou ao Tribunal de Justiça, que reverteu à decisão e fez
o processo correr.
"O
interesse processual é claro: há um conflito de interesses relativamente ao
termo firmado entre o Fisco e a Unimed e que, segundo o alegado, causou grave
prejuízo ao Erário, em flagrante ofensa à legislação tributária", escreveu
a relatora do caso, desembargadora Heloísa Combat.
Nenhum comentário:
Postar um comentário