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Aos 32 anos, Mark Zuckerberg é
a face mais conhecida do sucesso das redes sociais. Um quarto da população do
planeta é de usuários do Facebook
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Em
apenas três meses, entre julho e setembro deste ano, a receita do Facebook foi
de mais de US$ 7 bilhões (R$ 22 bilhões), segundo a própria empresa.
O
valor supera o Produto Interno Bruto (PIB) de mais de 40 países, de acordo com
o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O
número cada vez maior de usuários do Facebook representa novos clientes
potenciais de empresas que pagam por espaços publicitários na rede social.
Segundo
o portal Statista, especializado em estatíticas e bases de dados, de julho a
setembro o Facebook teve 1,79 bilhão de usuários ativos - o que equivale a um
quarto da população mundial.
Quanto
o Facebook ganha com você?
Se o
faturamento trimestral da rede social for dividido pelo número de usuários,
chega-se a US$ 4,01 (R$ 12,54) - é o que cada usuário rende em média no
período.
Se
for feita uma projeção anual deste valor, o resultado será US$ 16,04 (R$ 50) -
é o que o quanto cada um ajudou o Facebook a ganhar em 12 meses.
Houve
um aumento considerável em relação ao ano passado, quando esse valor era de US$
11,88 (R$ 37,6).
O
valor sobe à medida que cresce o número de usuários do Facebook.
No
entanto, o valor econômico dos usuários varia geograficamente, de acordo com o
faturamento publicitário de cada região.
Segundo
os balanços divulgados pelo próprio Facebook, entre julho e setembro, cada
usuário dos EUA e Canadá representou US$ 15,65 de faturamento (em torno de R$
50), enquanto na Europa o valor foi de US$ 4,72 (cerca de R$ 15).
No
resto do mundo (excluindo a região Ásia-Pacífico), a média trimestral foi de
US$ 1,21 (pouco mais de R$ 3) por usuário.
Publicidade
bilionária
Do
faturamento de US$ 7 bilhões anunciado pelo Facebook, US$ 6,82 bilhões
correspondem a publicidade.
E
dessa publicidade, informa o jornal britânico The Telegraph, 84% são
propagandas criadas para serem vistas em telefones celulares.
Isso
não acontece por acaso. Calcula-se que 90% dos usuários do Facebook acessam
suas contas pelo celular.
"Tivemos
outro bom trimestre", disse Mark Zuckerberg ao divulgar os resultados da
companhia.
Mas
por que cada vez mais empresas anunciam no Facebook?
Porque
a rede social lhes oferece a possibilidade de atingir públicos muito
específicos, segmentados por idade, sexo, escolaridade, profissão e mesmo por
seus passatempos.
Ao
abrir uma conta na rede de Zuckerberg, o usuário dá permissão para que sua
informação pessoal seja utilizada pela rede.
Tudo
o que é postado permite que a rede social conheça nossos hábitos e gostos. Isso
é exatamente o que se oferece aos anunciantes.
É por
isso que, se você gosta de viajar, certamente vê na página muitas propagandas
de companhias aéreas. Se for estudante, talvez veja mais anúncios de
fabricantes de computadores.
O
Facebook deveria pagar aos usuários?
O
gigantesco faturamento da rede social despertou a discussão sobre se o Facebook
não deveria remunerar os usuários de alguma forma. Muitos acreditam que estes
mereceriam uma compensação já que sua informação pessoal é vital para a venda
de publicidade na rede.
"A
maior inovação do Facebook não é a rede social, mas o fato de ter convencido as
pessoas a darem muita informação em troca de quase nada", explica Tim Wu,
professor de direito da Universidade Columbia, em Nova York.
"Se
fossemos inteligentes, pediríamos ao Facebook que nos pagasse", disse Wu
em entrevista à revista americana The New Yorker.
No
livro Bem-vindo ao Futuro - Uma Visão Humanista Sobre o Avanço da Tecnologia
(Who Owns the Future?, no original em inglês), o escritor e cientista da
computação americano Jaron Lanier chega a uma conclusão semelhante.
Para
ele, a informação pessoal deve ser tratada com bem que merece ser remunerado.
Quando
se acessa a página do Facebook, logo abaixo da barra azul onde deve-se escrever
e-mail e senha, lê-se: "Sign Up" ("Cadastre-se"). E, logo
abaixo, a frase: "It's free and always will be" ("É grátis e
sempre será").
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