Temos em nossa cidade um exemplo que deveria servir para todos os mandatários da cidade, inclusive para os próximos, já que o atual vem cometendo o mesmo erro e de forma muito mais ampla.
Vou narrar um fato que aconteceu em Sete Lagoas para que o leitor possa entender claramente o meu raciocínio.
Para quem não se lembra Sete Lagoas já teve o melhor carnaval de rua e de clubes de todo o Estado de Minas Gerais.
Na época a cidade tinha bailes de carnaval em vários clubes e como exemplo podemos citar: Têxtil, Huracan Atlético Clube, Clube Náutico de Sete Lagoas e Iporanga Social Clube. Em todos os clubes os bailes carnavalescos ficavam com seus salões repletos de foliões e era grande a presença de turistas de varias localidade do País, tanto nas matinês quanto nos bailes noturnos.
Já o carnaval de rua da cidade era sem sombra de dúvida o melhor carnaval do Estado de Minas Gerais, tínhamos nada menos que quatro grandes escolas de samba e vários blocos caricatos.
As duas principais escolas de samba da cidade eram a Escola de Samba Imperatriz Catarinense e a Escola de Samba Dez Prá Dez e ambas eram melhores em todos os quesitos que qualquer escola de samba da capital Mineira.
A Escola de Samba Imperatriz Catarinense chegou inclusive a ter uma participação no carnaval de Belo Horizonte, na oportunidade a escola deixou o público Belo-horizontino impressionado com sua beleza e sua grandiosidade, realmente a Escola de Samba Imperatriz Catarinense foi um orgulho para muitos, e deixa muitas saudades a todos que realmente admiram o verdadeiro carnaval.
Pois bem, vieram às eleições municipais de 1992 e o Prefeito eleito Múcio José Reis Júnior nomeou para Secretário Municipal de Turismo da cidade o então músico Sirlan Jesus que na época tinha composto o jingle de sua campanha eleitoral.
O então Secretário Municipal de Turismo Sirlan de Jesus por desconhecer toda essa historia e vai saber também quais os outros reais motivos, resolveu acabar com o desfile de rua e trouxe para nossa cidade o carnaval de trio elétrico, o tal Axé Baiano.
E com tal atitude foi decretado o sepultamento do melhor carnaval do Estado de Minas Gerais, que naquela época era o carnaval de Sete Lagoas.
Várias pessoas que frequentavam os clubes passaram a ir para avenida brincar seu carnaval atrás dos trios elétricos e com isso os clubes se esvaziaram a tal ponto de não mais promover bailes de carnaval.
As Escolas de Samba tiveram que “fechar as portas” e assim várias pessoas perderam os seus empregos e com isso o sustento de sua família.
Resumindo tudo, e sendo o mais claro possível, quem perdeu foi a cidade, tanto do ponto de vista cultural como principalmente econômico, pois os turistas se foram para outras localidades.
Tudo pelo fato de se nomear uma pessoa que por mais inteligente que seja não conhece a historia da cidade e muito menos o seu povo.
Terminou o mandato do Prefeito Múcio Reis ele foi cuidar da sua vida, o Secretário Sirlan de Jesus fez o mesmo e os únicos a pagarem um alto preço por tudo foram: a cidade, a população e o comercio local.
Faço essa análise para que todos entendam e passem a analisar o futuro que espera por nossa querida Sete Lagoas, pois na atual administração municipal temos como secretários, várias pessoas que não têm qualquer identidade com a cidade, sequer sabem quem foram Mauro Faccio Gonçalves, Dr. Marcio Paulino, Padre Adriano, Dona Helena Branco, Avelar Pereira de Alencar, Renê Guimarães, Wagno de Freitas, Cecília Preta, Alberto Moura, Bernardo Alves Costa, Dr. Juvenal Paiva, Francisco Timóteo Pereira, Dr. Blair Alvarenga, Paulo Moreira da Costa, Alany Prates, Nadir Lanza, Dr. Pedro Lanza, Euro Andrade, Genuíno e outros ilustres que aqui nasceram ou fizeram aqui suas histórias.
Assim como o carnaval foi sepultado por um forasteiro que por aqui apenas passou, vários outros eventos de nossa cidade podem ter o mesmo fim, o fim!
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