Ciro Gomes virou um problemão para Lula e Dilma, que não sabem o que fazer com ele.
Pelas pesquisas feitas agora, Ciro convém à candidatura Dilma. Com ele na parada, Dilma encosta em Serra. Sem ele, Serra sobe sete pontos e ganha em primeiro turno (obviamente, se a eleição fosse hoje), pois tem mais do que a soma de Dilma e Marina Silva.
Mas, pela sequência de pesquisas, Ciro não convém à candidatura Dilma. Sem ele na parada, tende a se materializar a polarização PT-PSDB dos sonhos de Lula, do Planalto e do PT. Com ele batendo pé e continuando candidato, pode haver divisão: a base aliada terá duas opções, o eleitor poderá ficar confuso entre quem é Lula, se ele ou se Dilma. E Serra correrá sozinho.
Tem-se, portanto, que Ciro foi cômodo para os interesses do Planalto, pois se lançou candidato quando havia incertezas quanto ao fôlego de Dilma e configurava um "Plano B". Se ela não decolasse, lá estava ele, a serviço. Mas Ciro deixou de ser cômodo para ser um incômodo.
O PSB e ele se sentem usados e agora jogados fora. Um é o partido leal, que nunca faltou a Lula, mas sempre ficou em segundo, terceiro, quarto plano. O outro é o camarada que teve até a ousadia de trocar seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo, um pulo no escuro. E, hoje, o risco é chegar no vazio.
Lula, Dilma, o PT e os demais aliados tentam acertar agora quem porá o guizo no gato, para tirar Ciro da eleição presidencial e dar a ele e ao PSB uma gorda compensação.
Mas não venham dizer que essa gorda compensação é São Paulo, onde Ciro só cabe no papel de provocador-mor contra Serra. Ele não tem chances reais de vitória, tira a oportunidade do PT de lançar e fortalecer um nome para 2014 e 2016 e o que ganha?
Outro problemão nesse imbróglio é que todo mundo quer tratar Ciro com jeito, com carinho, porque ele não é fácil. Vai do sorriso à explosão em segundos. E, claro, tudo o que Lula e Dilma não querem é explosão a esta altura do campeonato. Ainda por cima partindo do mesmo time.
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