Críticos do novo mecanismo de financiamento instituído pelo TSE, os quatro maiores partidos do país transferiram aos seus candidatos 73% do total de doações ocultas registradas nas eleições de 2008. O montante escoado para as campanhas chegou a R$ 184,7 milhões. O PT liderou o ranking (R$ 74,1 milhões), seguido de PSDB (R$ 42,9 milhões), DEM (R$ 41,4 milhões) e PMDB (R$ 26,3 milhões).
Líderes das legendas estão mobilizados contra o novo sistema, que obriga os candidatos a declarar a origem do recurso repassado pelo partido, mas afirmam que não há consenso sobre qual medida tomar em reação.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, argumenta que ainda pairam dúvidas sobre como as regras serão aplicadas: “A partir do momento em que você abre uma conta para as eleições, e o depósito é feito, o dinheiro passa a ser do partido. Como vai saber se ele veio deste ou daquele doador?”.
Para ele, a decisão do TSE contraria a premissa de que o mandato pertence ao partido, defendida pela Corte. E Dutra acredita que o novo modelo pode fomentar o financiamento ilegal: “Qualquer tipo de inibição à doação legal pode acabar nisso. De boas intenções, o inferno está cheio. O PSDB encomendou à sua área técnica estudo sobre os impactos da resolução, que deve ficar pronto terça-feira.
Oposição
Para o vice-presidente do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), os partidos de oposição serão os mais prejudicados. Ele diz que boa parte dos empresários opta por não aparecer nas prestações de contas para evitar, mais tarde, retaliação de quem está no comando.
Entre os argumentos dos dirigentes, há ainda o que classifica regulamentação de uma interferência indevida na vida das legendas. “Os partidos têm estratégias internas de fortalecer as campanhas de um estado, grupo ou candidato e, agora, perdem autonomia sobre os recursos”, reclama o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Financiamentos
R$ 74,1 milhões
É o valor total de doações ocultas recebidas pelo PT nas eleições de 2008
R$ 42,9 milhões
O PSDB aparece em segundo lugar no ranking, com R$ 42,9 milhões em doações ocultas, no mesmo ano.
Recursos de campanha chegaram a R$ 320 milhões
As regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que restringem as chamadas doações ocultas nas eleições deste ano vão afetar um mecanismo de financiamento que, nos últimos dois pleitos (2006 e 2008), garantiu R$ 319.973.819 para campanhas eleitorais em todo o país, segundo levantamentos do TSE.
Só na eleição de 2008, quando estavam em disputa cargos de prefeito e vereador, as chamadas doações ocultas somaram R$ 251,4 milhões, ou 8,9% da soma de todas as receitas registradas pelos partidos (R$ 2,8 bilhões).
Esses montantes correspondem ao que os partidos receberam de pessoas físicas e jurídicas, e repassaram posteriormente a seus candidatos sem declarar a fonte.
Adotada para que o eleitor não saiba quem patrocinou os nomes em disputa e os interesses privados em jogo, a estratégia gerou para os candidatos cinco vezes mais dinheiro que o fundo partidário, fonte pública de recursos para os partidos.
Nos anos das duas últimas eleições, o fundo rendeu R$ 312,7 milhões às legendas, mas, desse total, elas transferiram para as campanhas de seus candidatos R$ 64,2 milhões — ou seja, um quinto dos quase R$ 320 milhões das doações ocultas.
Fonte: Site Gazeta Online
Do Blogueiro:
Por que uma empresa faz doações ocultas e exorbitantes para um partido político?
Claro que é pensando em reaver tudo com juros e correções monetárias após a posse.
Brasil o País dos políticos corruptos e caras de pau....!!!
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