Num discurso emocionado para uma platéia de cerca de 4 mil pessoas no Palácio dos Bandeirantes, José Serra (PSDB) deixou o governo de São Paulo para se lançar oficialmente na candidatura à Presidência da República. O estado passa a ser comandado por Alberto Goldman.
O discurso foi forte e cheio de indiretas ao presidente Lula. "Os governos, como as pessoas, têm de ter caráter e índole. Este é um governo de caráter", disse. "Os governos têm de ter honra. Aqui não se cultivam escândalos, malfeitos ou roubalheiras. Nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o malfeito."
Serra chorou em alguns trechos do discurso, que durou 50 minutos. "Governo é como as pessoas, tem que ter alma. A nossa alma, a alma desse governo é a vontade de melhorar a vida das pessoas, para que todos tenham oportunidade de melhorar", disse ele. "Vamos juntos que o Brasil pode mais".
O discurso foi repleto de ironias e declarações fortes. Sobre seu estilo, disse: "Sou sério, mas não sou sisudo. Quem me conhece sabe. Monitor, não centralizador. O pessoal de Brasília ri ironicamente. Mas o pessoal de São Paulo me conhece e sabe que não sou centralizador
Em outro momento do discurso, Serra declarou: "Governamos para o povo, não para os partidos." Uma clara menção às alianças partidárias costuradas pelo presidente Lula.
Serra disse também que "por tudo que fizemos, sinto ganhar bastante força para esta etapa seguinte que nos espera. Vou ingressar nesta etapa com muita disposição, muita força, muita confiança, muita sinceridade e muito trabalho."
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