quarta-feira, 6 de julho de 2011

A MACA

- SAMU, boa noite, Shirley,

- Quem fala?

- Carlota Joaquina

- Carlota Joaquina, o que está acontecendo?

- Aqui, o meu pai está com uma dor muito forte no peito, está vomitando e suando muito, ele tem pressão alta.

E Shirley passa para o regulador, o histórico da ocorrência.

E lá vai o SAMU em outra ocorrência.

Examinado o paciente, colhido o histórico, o medico da equipe decide o paciente tem 90% de possibilidade de está fazendo um IAM (infarto agudo) e deve ser encaminhado imediatamente ao hospital Municipal.

Em poucos minutos, lá estão eles.

Corredores com todas as macas ocupadas, super lotação, a rotina de sempre.

Só uma maca sem ser ocupada, sonolenta, vazia, parecendo dormir um sono eterno, e nela uma plaquinha de identificação “MACA DO MAROCA”.

Quando os funcionários do Hospital e do SAMU, iam colocá-lo na maca, o paciente gritava...

- Ai, Ai, Ai, doutor, pelo amor que o senhor tem a Deus, a sua família.
Eu tenho cinco filhos pequenos que dependem totalmente de mim, eu não quero morrer não doutor.

O medico demonstrando, segurança e conhecimento de urgência, procurou tranqüilizar o paciente, dizendo-lhe:

- Não meu senhor, fique tranqüilo, nos já temos o diagnóstico e o tratamento que irá curá-lo.

Mas o paciente aumentava os gritos e aos apelos, ao medico plantonista.

- Não doutor, eu confio na sua competência, nos enfermeiros e nos técnicos de enfermagem. Mas o que me causa pavor e insegurança quanto ao meu futuro é ter que deitar na “MACA DO MAROCA”. Não vou me deitar nela, está maca está cheia de “ziquizira” e se esqueceram de benzê-la, me deito no chão, mas nesta maca não Doutor. Nela é deitar e dormir eternamente.

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