Sindicato
dos Jornalistas diz que eles usaram 'laranjas' para comprar editora
A
Justiça do Trabalho determinou o bloqueio de R$ 1,8 milhão de uma editora que
seria do prefeito Ruy Muniz (PSB) e da deputada federal Raquel Muniz (PSD). Os
dois são apontados como réus em uma ação civil coletiva, movida por 24
trabalhadores demitidos de um jornal em Belo Horizonte (MG).
O
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais divulgou uma nota nessa
segunda-feira (18), afirmando que o prefeito de Montes Claros não cumpriu com
os direitos trabalhistas de funcionários do jornal, adquirido pelo grupo
empresarial dele.
Por
causa da ação, a Justiça do Trabalho determinou o bloqueio da editora Ediminas,
que também é ré na ação, para garantir o pagamento dos direitos dos
ex-funcionários. O valor bloqueado refere-se à venda de dois imóveis, onde
funciona a sede do jornal, comercializados por R$ 18 milhões.
O
advogado do Sindicato, Luciano Marcos da Silva, afirma que o jornal é de
propriedade do casal Muniz, que utilizou de “laranjas” para comprar o veículo.
Após a negociação, 36 funcionários foram desligados em fevereiro e março; eles
questionam a forma como as demissões ocorreram, alguns estavam de férias e de
folga e foram procurados em casa.
“Como
já sabíamos que Ruy Muniz estava por trás da compra do jornal, ficamos
receosos, já que no judiciário mineiro ele tem fama de comprar empresas falidas
e não pagar os direitos trabalhistas”, afirma Luciano Silva.
O
advogado cita que a empresa que comprou o veículo de comunicação se comprometeu
a fazer o pagamento dos direitos trabalhistas por meio de uma escala de
agendamento em ordem alfabética, conforme ata registrada no Ministério do
Trabalho. Na primeira data combinada, e que abrangeria 12 funcionários, foi
feito um depósito de R$ 500 na conta de pessoas que trabalharam por mais de 25
anos no jornal, com o objetivo de que fosse feita a homologação das verbas
rescisórias. Desde então, de acordo com Luciano Silva, nenhuma outra quantia
foi paga. “Esse valor pago foi aleatório e causou revolta e indignação aos
profissionais”, afirma.
O que dizem os envolvidos
Em
nota, a assessoria de comunicação do prefeito diz que Ruy e Raquel "não constam
como proprietários de nenhuma ação" da sociedade que compõe a editora.
Ainda segundo a nota, "o prefeito Ruy Muniz foi colocado nesta ação de
forma indevida".
Também
por meio de nota, a Ediminas informou que o departamento jurídico foi acionado
para tomar as providências cabíveis quanto à ação. A editora diz também que
foram citadas “várias pessoas e empresas estranhas ao quadro societário atual
da Ediminas, razão pela qual a empresa não pode falar por essas”.
Fonte:
Site G1
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